Regulamentação do EAD: o que as IES precisam implementar para estar em conformidade
- Felipe Hideki Imanisi
- há 3 dias
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Nos últimos anos, o Ensino a Distância passou de alternativa complementar para eixo estratégico das Instituições de Ensino Superior (IES). O avanço tecnológico, a demanda por flexibilidade e a expansão do acesso à educação colocaram o EAD no centro das políticas educacionais — e, com isso, aumentou também a responsabilidade das IES em seguir a regulamentação vigente.
Para que uma instituição opere programas EAD com qualidade e segurança jurídica, é essencial compreender as exigências do MEC e estruturar processos capazes de garantir conformidade contínua. Neste artigo, reunimos os principais pontos que toda IES precisa implementar.
1. Base legal do EAD no Brasil
A regulamentação da modalidade está ancorada especialmente em:
Decreto nº 9.057/2017, que estabelece as diretrizes gerais do EAD.
Portaria MEC nº 2.117/2019, que define a oferta de carga horária EAD em cursos presenciais e regras de polos.
Portaria MEC nº 1.428/2018, que trata da avaliação in loco, infraestrutura e processos institucionais.
Normativas complementares publicadas pela SERES e pelo INEP, especialmente para avaliação e supervisão.
Esses documentos estabelecem padrões mínimos obrigatórios, que vão desde projeto pedagógico e infraestrutura até governança e transparência.
2. Governança e gestão acadêmica do EAD
Uma IES que deseja operar EAD precisa demonstrar organização institucional robusta. Entre as exigências estão:
Núcleo próprio de Educação a Distância, com coordenação designada em ato formal.
Política institucional para EAD, articulada ao PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional).
Procedimentos claros de gestão, incluindo fluxo de matrículas, acompanhamento discente, acessibilidade, comunicação e suporte.
Em avaliações do INEP, observa-se que a falta de governança estruturada é um dos fatores que mais prejudicam os indicadores institucionais.
3. Projeto Pedagógico e desenho instrucional
O MEC exige que cada curso autorizado para EAD possua:
PPC atualizado, coerente com diretrizes curriculares nacionais.
Modelo pedagógico definido, com descrição de metodologias, trilhas de aprendizagem, estratégias avaliativas e atividades práticas.
Documentação sobre o desenho instrucional, incluindo organização de módulos, carga horária, cronograma e experiências formativas.
Importante: para cursos híbridos ou presenciais com percentual EAD, a instituição também deve justificar a distribuição da carga horária.
4. Infraestrutura tecnológica e suporte ao aluno
Para atender às normativas, a IES precisa garantir:
Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) estável, seguro, acessível e auditável.
Trilhas de acessibilidade (audiodescrição, legenda, contraste, navegação adequada).
Monitoramento acadêmico, demonstrável e registrado para fins de avaliação.
Suporte técnico com SLA definido, para estudantes e docentes.
Além disso, é fundamental apresentar evidências de que o AVA registra interações, participações, notas, entregas e frequência.
5. Corpo docente e tutores
A legislação e os instrumentos do INEP exigem:
Docentes devidamente titulados, com aderência à área de formação.
Capacitação específica para práticas em EAD.
Tutoria ativa, quando prevista no modelo pedagógico, com registro das interações.
A instituição também precisa demonstrar políticas de formação continuada, algo observado com atenção durante visitas in loco.
6. Polos de apoio presencial
Para cursos 100% EAD ou híbridos que preveem momentos presenciais obrigatórios, o polo é parte central da avaliação.
As IES devem garantir:
Laboratórios compatíveis com os cursos oferecidos.
Equipe administrativa e acadêmica no local.
Sala de avaliação presencial, biblioteca e equipamentos adequados.
Gestão documental clara, incluindo contrato entre mantenedora e polo, quando terceirizado.
7. Avaliação e supervisão: evidências são essenciais
Em processos de autorização, reconhecimento e renovação, o MEC solicitará:
Evidências de oferta real satisfatória, incluindo aulas, conteúdos, interações e avaliações.
Registros de aprendizagem (históricos, TCCs, práticas).
Relatórios de autoavaliação e ações decorrentes.
Planos de acessibilidade e inclusão.
Sem evidências, mesmo uma operação bem estruturada corre risco de avaliação insatisfatória.
8. Por que estar em conformidade não é apenas obrigação — é diferencial competitivo
Com o mercado EAD cada vez mais competitivo, as IES que procuram apenas “cumprir regras” ficam para trás. Investir em compliance regulatório significa:
Garantir segurança jurídica.
Aumentar a credibilidade perante alunos, mercado e MEC.
Reduzir risco de supervisão e penalidades.
Elevar a qualidade da experiência de aprendizagem.
Diferenciar-se em um mercado que exige transparência e excelência.
Como a HiDesign Edtech apoia IES em regulamentação e qualidade de EAD
Na HiDesign, atuamos ao lado das instituições para estruturar, revisar e fortalecer:
Documentação regulatória (PPC, PDI, matriz curricular, políticas internas).
Projetos pedagógicos e desenhos instrucionais.
Trilhas de aprendizagem e produção de conteúdo.
Modelos de governança de EAD e processos acadêmicos.
Preparação para avaliações in loco e supervisões.
Nosso compromisso é transformar regulamentação em vantagem estratégica — garantindo conformidade e ampliando o potencial de crescimento da IES.



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